Segunda-feira, momento incerto para expressar sentimentos. Prevalece a surpresa do convite e a cristalização da chegada.
Os olhos dentro dos olhos, o enxergar da essência da alma. Assistir seu ‘sem-jeito-de-olhar’, sua visível angústia pela presença forte que eu aparento ser pra você. Mistura de curiosidade, tesão, atração, carinho, e “bum”! Combustão.
Vulcão que descobre vulcão. Desejo misturado com náusea, amor escondido à sombra de outros amores – se é que foram algum dia.
Segunda-feira, dia em que os trabalhadores estão aborrecidos, os boêmios acordam com dor de cabeça e a prostitutas sonham mais cedo.
Inútil tentar explicar o vai-e-vem entre fugas e assédios. A tristeza e a alegria misturadas entre cigarros e goles de vinho branco.
Fosse terça, quarta ou quinta-feira, escreveria uma carta de amor pra você. Justificaria as mentiras reais e as verdades mal contadas.
Repetiria os ‘te amos’ mudos ditos na mesa do bar, escritos sob metáforas em pedaços de guardanapos.
Mas depois de um dia vem outro dia. Amanhã, quem sabe, a gente se vê.
Segue chovendo.
(C.M.)

P.S.- “As estrelas não podem ficar de fora, principalmente quando falamos de tanto e tantas coisas, bailamos ao sol, continuamos chovendo e viajamos de Land Rover. Você é uma delas, solta, em qualquer galáxia” (Do M.G. para mim, num dos milhões de guardanapos!)