sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Águias e Cordeiros

Conheci homens que são verdadeiras águias. Sagazes, inteligentes. As águias deitam e dormem. Acordam com todas as articulações para a guerra da vida na cabeça, como se houvessem sonhado. Pensei que esses eram os homens top! Descobri há pouco que não.
Há os homens-cordeiro, que agem como verdadeiros cordeiros durante o dia. Porém, à noite, antes de dormir, tiram suas roupas de cordeiros e deitam com seus corpos de lobos. E não dormem. Seus sonhos são verdadeiros pesadelos. São as articulações pensadas, elaboradas, calculadas. Verdadeiros lobos, ao se levantar, vestem suas roupas de cordeiro e saem para colocar em prática sua mal dormida noite de lobo. Os lobos são ignorantes. Precisam estudar. Não sendo inteligentes como as águias, são estudiosos. Muito estudiosos.
Tive o prazer e o desprazer de conviver com os dois tipos. Quase todos nós temos essa oportunidade na vida. E lhes digo que as águias são infinitamente melhores de conviver. São pessoas com pensamento rápido, inteligência emocional, não passam recibo por nada e para ninguém. Não se descontrolam na frente de terceiros e sabem falar e, geralmente, escrevem bem. Têm o dom da oratória e da escrita. São seguros.
Já os cordeiros/lobos, coitados! Estudam tanto, mas não absorvem nada! E por mais que recebam conselhos, persistem nos mesmos erros. Têm o "dom" da ignorância, da falta de sagacidade. São sempre descontrolados emocionalmente e não sabem se portar perante pessoas seguras. Os cordeiros/lobos são frustrados. São completamente inseguros. Não falam bem, são mal articulados, tremem diante da hierarquia e têm a natureza bajuladora. Pessoas assim são somente dignas de pena. Coitados dos cordeiros/lobos!
Eles pensam que estão ganhando, quando estão na contramão da vitória. Os cordeiros são tão ignorantes, que praticam assédio moral com seus subordinados na frente de terceiros. Não têm sequer noção de que estão cometendo um crime. Às vezes me pergunto: são ignorantes ou sem noção? Os cordeiros/lobos são descuidados. Têm péssima oratória e geralmente, não sabem também escrever. Ignoram tudo, inclusive, assassinam a gramática todo santo dia!
As águias não cometem crimes. As águias sabem bem o que significa assédio moral, crimes de internet, falta de ética, e pautam sua vida nessa pseudo inteligência, mas que funciona. Com os cordeiros/lobos acontece exatamente o inverso. Eles cometem crimes todos os dias e pasmem: ignoram o que significa todos os crimes já citados acima.
Por favor, cordeiros/lobos, não forcem a barra! Estudem mais ou desistam do ofício! Ah! E não pensem que respeito se adquire através do medo. Respeito se conquista através do profissionalismo e da competência. (Cassia Miranda)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu queria ser Nelson Rodrigues

O que seria de nossas vidas se não fosse a alegria (ou não) dos amigos? São eles que preenchem a maioria do nosso tempo, quando não estamos trabalhando, nem em família.
Deve ser cruel ser órfão de amigo. A gente dá gargalhada, ri dos outros, tira onda, ouve um bom som, conta nossas frustrações, desabafa o problema daquela pessoa que só te enche, sabe de todas as posições sexuais que gostamos e, se for de gosto, ainda nos ajuda a colocar os hormônios em dia!
Irmãos são legais. Mas a gente não conta pros irmãos, o que conta pros amigos. Nem faz com eles o que podemos fazer com os amigos. Adoro os meus! São verdadeiros tesouros, verdadeiras jóias, que não há maresia que tire o brilho.
Quando vejo meus companheiros de tudo, de tudo mesmo, sinto contentamento. E quando sinto saudades mando uma msg, telefono (mas falo rápido), marco um encontro, mando um sinal de fumaça (para os que moram longe), ou faço uma oração (para os que já se foram).
Carol, minha cadela Shih Tzu, sorri. Ela tem uma cara de quem está sempre feliz. E é verdade. Aliás, todos os bichos da minha casa são felizes porque aqui existe uma coisa que faz todo mundo ficar à vontade. Aqui tem liberdade, tem cumplicidade, tem companheirismo.
Lucas, meu filho, faz palhaçadas para eu rir, ou diz alguma coisa séria, que também me faz rir, porque temos o mesmo humor sarcástico. Somos almas companheiras, certamente.
Você consegue imaginar seu mundo sem alguém pra dividir um conselho, um desabafo, uma piada? A piada é metáfora, porque não acho graça nenhuma!
E meus amigos valem muito, muito, muito mais do que os de qualquer pessoa. Porque eles conseguem conviver com a minha ranzinzisse, minha leve antipatia e acidez desconcertantes.
Se eu pudesse ser outra pessoa seria o Nelson Rodrigues. Era inteligente, quase visionário, um homem à frente do seu tempo. E era chato. Chato porque espremia a verdade na cara alheia, mas era uma pessoa carinhosa, quase doce, cercada de amigos. É. Eu queria ser Nelson Rodrigues. (Cassia Miranda)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PENAS E MEDIDAS ALTERNATIVAS NA VII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO EM PERNAMBUCO

“Neste livro o leitor terá a oportunidade de conhecer os aspectos teóricos e práticos do desenvolvimento, estruturação e consolidação da aplicação de penas alternativas, de forma objetiva e profunda, conectando a idéia (teoria) com a realidade (prática), servindo de instrumento eficaz de consulta, reflexão e aplicação para todos aqueles interessados no tema, em especial nos planos jurídico, psicológico, sociológico, social e pedagógico, enquanto sistema qualificado de aplicação e controle social” referiu-se o Dr. Rodrigo Pellegrino de Azevedo – Secretário Executivo de Justiça e Direitos Humanos do Governo do Estado de Pernambuco, em sua apresentação do livro que será lançado no próximo dia 08.

“Vivenciando Penas e Medidas Alternativas em Pernambuco” trata-se de uma obra de autoria coletiva desenvolvida por Ângela Maria de Souto Barreto, Daniela Gadelha de Galiza, Eliane Maria Teobaldo Cavalcanti Lapenda, Márcia de Alencar Araújo Matos, Maria do Socorro Tavares do Rêgo Barros, Maria José Valgueiro Costa Resende, Maria Rapôso Monteiro e Odênia Barbosa dos Santos, contando, ainda, com a participação das seguintes colaboradoras: Andréa Rose Borges Cartaxo, Márcia de Alencar Araújo Matos, Sineide Maria de Barros Silva Canuto e Sueli Gonçalves de Almeida.

Destaque-se, dentre as autoras Maria do Socorro do Rêgo Barros, Gerente, Eliane Lapenda, Ângela Barreto e Odênia Barbosa, Coordenadoras técnicas, todas integrantes da Gerência de Penas Alternativas e Integração Social, órgão integrante da Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos – SEJUDH, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos - SEDSDH.

Para a Promotora Maria José Resende, “ o livro traduz o sonho de partilhar com todos, nos mais longínquos locais deste imenso Brasil, uma experiência voltada para a humanização das penas, já deflagrada no Estado de Pernambuco, com a criação da Gerência de Penas Alternativas e Integração Social, no âmbito da Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos”.

A Metodologia e a Estratégia de Trabalho do Monitoramento das Penas e Medidas Alternativas, concebida, discutida e analisada ao longo desses anos, impulsionou a pesquisa na elaboração dos instrumentos de trabalho, em várias épocas, que foram sendo consolidados e implantados no acompanhamento das atividades realizadas pelas Centrais de Apoio às Medidas e Penas Alternativas – CEAPA’s, órgãos executores da Gerência de Penas Alternativas e Integração Social do Estado de Pernambuco.

De conteúdo prático e teórico, “Vivenciando Penas e Medidas Alternativas em Pernambuco”, constitui-se em excelente instrumento para a comunidade em geral, sociedade organizada, poderes públicos, profissionais da área do direito, psicologia, serviço social, pedagogia etc., possibilitando, assim, uma ampla visão da aplicação, execução e monitoramento das alternativas penais.

Para a Gerente da GEPAIS, Maria do Socorro do Rêgo Barros, o lançamento deste livro representa a “concretização de um trabalho que vem sendo elaborado ao longo dos anos para ajudar na construção de uma cultura de paz”.

O lançamento, pela Editora Bagaço, será realizado no dia 08, às 19h30min, na VII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco (estande nº 187), no Centro de Convenções, em Olinda-PE.

A iniciativa merece ser festejada, pois se trata de experiência acumulada que sai do cotidiano dos Fóruns e Tribunais de Justiça ao conhecimento e disposição de toda sociedade.(Cassia Miranda)