Existe confessionário melhor do que mesa de bar? É nela que libertamos todos os demônios particulares e coletivos, colocamos nossas opiniões à prova, discutimos o futuro do mundo, as relações humanas, o caminho da política brasileira, o futuro dos times e jogadores de futebol, fazemos um breve balanço dos nossos caminhos profissionais, trocamos bilhetinhos carinhosos escritos em guardanapos, enfim, damos nossa cara à tapa. Mas tudo gira, gira, gira e termina no mesmo assunto: as relações humanas, os relacionamentos interpessoais, as experiências pelas quais passamos, com quem interagimos emocionalmente, e acabamos ouvindo as confissões dos amigos do gênero masculino. Ah, esses homens! São teoricamente tão seletivos, tão exigentes, que geralmente nos sentimos a pior das mulheres! Nossa auto-estima – quase sempre abaixo do nível de normalidade nesse mundo tão competitivo em que vivemos – vai para o pé, literalmente.

Mas é aí que a mesa do bar supera todas as nossas expectativas! Há pouco aconteceu uma dessas situações inusitadas. Primeiro preciso explicar que a maioria dos meus amigos do sexo masculino são os “solteiros convictos”, que se negam terminantemente a assumir um relacionamento oficialmente. Jamais! Namorada? Tô fora. Temos casos, rolos, romances, ficamos, mas rapidamente nos desvencilhamos do “problema”. Mas até aí tudo bem. É uma questão de posição diante da vida. Muitas vezes são pessoas que já se resolveram emocionalmente e descobriram preferir a solidão e o barulho do silêncio a uma voz feminina, carinhosa e na maioria das vezes, cheia de tesão pelo homem eleito. Tem gosto pra tudo.

O mais relevante detalhe é que, mesmo gozando dessa solteirice opcional, quando eles ‘pegam’ uma mulher, tenham certeza: é A mulher. Gostosa, bonita, inteligente, jovem, bem humorada, tudo de bom. Mas, principalmente, G-O-S-T-O-S-A e L-I-N-D-A! Ah! E magra é óbvio! As cheinhas não têm vez nesse universo ficante masculino. Seria uma perda de tempo, já que o objetivo maior é desfrutar de uma beleza singular, mesmo que só por uma noite. E gordura não está contida nesse universo, claro! Além de ser uma queimação para o currículo do pegador em questão.

Mas, voltando à mesa do bar, depois de abordarmos todos os assuntos da atualidade, descobrimos, acidentalmente, que um dos nossos mais exigentes amigos, que literalmente demite o romance após regularizar seus hormônios (tal qual Roberto Justos em O Aprendiz), ficou com uma moça que é justamente o oposto de tudo que descrevi até agora. Cheia de tesão ela estava. Inclusive saiu do banheiro fazendo evoluções de uma dança sensual não identificada. Nada demais até aí, se não tivéssemos descoberto que a gata em questão era uma simpática cheinha, que acabara de passar por uma cirurgia de redução de estômago. Resumindo: meu amigo mais exigente ficou com uma ex-obesa (porém ainda gorda, em processo de redução de peso e aumento de excesso de pele), com direito a mão dada, beijinhos em público e apresentação da eleita da vez como “minha namorada”! Que mudança/evolução, heim? Não preciso dizer que essa foi a principal pauta do resto da noite, preciso?

Aproveitamos para nos questionar por que nossos amigos mais bonitos, mais charmosos ou mais sensuais, são sempre casados, ou acasalados com as mulheres com o perfil exatamente oposto ao que eles pregaram por toda uma vida de solteiros convictos! Quando a tudo que eles detestavam, ainda se soma uma burricezinha, ou uma linha abobalhada, inocente, imbecilóide e feia!!! Isso é mito ou realidade? Pasmem! É a mais pura realidade, ali, palpável, à nossa frente.

Por isso eu os adoro! Mas adoro mais ainda, essas reuniões em mesa de bar. Sempre descobrimos uma peculiaridade masculina, um detalhe, uma surpresa. Mas como é característica humano-masculina, mesmo com testemunhas oculares à mesa, eles negam! Pedimos a conta, continuamos tirando onda da cara do exigente, mas ele vai pra casa negando (ou se negando a lembrar tal episódio). Adoro mesas de bar! É onde tudo se esclarece, tudo acontece, ou não! (C.M)


9 Comentários até agora »

Socorro Miranda disse em 13/06/2009 às 15:35

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Esta é demais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Rubens Pinto Coelho disse em 14/06/2009 às 14:40

Na verdade, e digo isto do alto de minha experiência de homem, nós morremos de medo de terminar sozinhos, sem a presença na vida, daquela mulher carinhosa e cheia de tesão do nosso lado. Só que essa mulher carinhosa e tesuda dura pouco, acaba sendo substituida pela mulher crítica, que quase sempre está reclamando da vida, ou do par que tem, e isso acaba reforçando a conclusão de que o melhor é ficar sozinho mesmo e desfrutar daquela mulher ideal apenas o suficiente para mantê-la assim, ideal. Os ditos “convictos” (e eu várias vezes já fui um deles) apenas vêm de tentativas fracassadas de serem “normais”, tipo os que têm suas mulheres, tesudas ou não, mas sempre amigas e cúmplices apaixonadas, em casa. O problema é que a cada experiência frustrada a resistência aumenta, até a exaustão. Quando isso acontece a gente acaba mudando o foco e passa a procurar alguém que, antes de ser gostosa e linda, seja legal pra caramba. E quando encontra uma dessas a gente tenta tudo de novo… Ser “solteiro convicto” é só uma fase, uma defesa.
Mas a solidão é fera, a solidão devora…

Daniel Souza disse em 15/06/2009 às 00:05

Um verdadeiro “complexo de Golgi”. O ‘cara’ da vez sempre exige, almejando o que há de bom e de melhor. Na solidão, isso é desmistificado. A que vier primeiro cai na rede e ponto final, ou melhor, entra para fila da “ficança”. Não existe!! ahauhuahuha
Ah! E por falar em amigo exigente…a única coisa que exijo, claro, é a DRT…lóóóógicooooo!!! Imprescindível, né!! kkkkkkk
amoooooo!!!

Anônimo disse em 16/06/2009 às 09:19

Concordo com Rubens. Os dois, homem e mulher, acabam por perder o poder do encanto com o tempo. Opostamente a mulher crítica e reclamona, o homem torna-se indiferente, apático, convicto de que não precisa exercer mais nenhum dos jogos que inicialmente fizeram com que os dois sentissem que um era a “cara metade” do outro…Só não consigo esclarecer a cronologia dos eventos! Por isso sugiro que tentemos preservar a eterna conquista e busca daquele/daquela que nos acende a paixão.
Adorei a crônica!

Flavia disse em 16/06/2009 às 09:21

Cassinha o comentário acima foi meu…só esqueci de assinar;)
Beijão.

Alexandre Paranhos disse em 27/06/2009 às 01:25

Cacá, eu adorei este seu texto.
Escrevo como 1 homem muito exigente e q sempre pensou assim;
buscando beleza,formosura, sensualidade ( mesmo encontrando umas burrinhas e espertalhonas).
Acabei achando 1 mulher Maravilhosa, Linda, Delicada, Gostosa, e o principal Inteligente. É muito dificil para um homem ter ao lado uma mulher Super Inteligente; Pois eu tenho e estou achando o máximo. Ela é linda, bonita, inteligente, amiga, companheira, parceira e amante.
ESSA É MINHA MULHER…..
A ROSA.
AMO ESSA MULHER.

XANDE PARANHOS

Tita disse em 27/06/2009 às 01:39

Uau! Parabéns! Um homem corajoso e que fala a verdade. Sua mulher é bela, portanto, cuide! Bjs

alexandre nabor nelson lomonaco disse em 04/07/2009 às 08:52

Tudo foi devenvolvido mediante a imagem do semeador,dando osopro de vida,segindo um proposito que ate agora não sei? o grande deus Jeova,nos deu um quarda sol,compaqnheira,femenina Eva. No amor,solidão,gloria,e as flores continualidade humana,dos seres herdados e horados,ao premeos ,femeninos,banhados pelos carinhos fremeninos.

Cláudio disse em 29/08/2009 às 00:16

Ñ acho que nós homens estejamos nesse nível de segurança e auto-suficiencia a nivel de relacionamentos sérios . Vejo aqui na minha cidade as mulheres(atraentes) todas basstante seletivas ,vão para as baladas e ficam só no grupinho delas despensando qualquer cara que ñ eje um Gianechini . Lógo para a maioria dos caras transarem vai ter que ser sim com uma mulher que já conheça aa ´´alma´´deles a um certo tempo o que quase sempre presume relacionamento sério .