quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu queria ser Nelson Rodrigues

O que seria de nossas vidas se não fosse a alegria (ou não) dos amigos? São eles que preenchem a maioria do nosso tempo, quando não estamos trabalhando, nem em família.
Deve ser cruel ser órfão de amigo. A gente dá gargalhada, ri dos outros, tira onda, ouve um bom som, conta nossas frustrações, desabafa o problema daquela pessoa que só te enche, sabe de todas as posições sexuais que gostamos e, se for de gosto, ainda nos ajuda a colocar os hormônios em dia!
Irmãos são legais. Mas a gente não conta pros irmãos, o que conta pros amigos. Nem faz com eles o que podemos fazer com os amigos. Adoro os meus! São verdadeiros tesouros, verdadeiras jóias, que não há maresia que tire o brilho.
Quando vejo meus companheiros de tudo, de tudo mesmo, sinto contentamento. E quando sinto saudades mando uma msg, telefono (mas falo rápido), marco um encontro, mando um sinal de fumaça (para os que moram longe), ou faço uma oração (para os que já se foram).
Carol, minha cadela Shih Tzu, sorri. Ela tem uma cara de quem está sempre feliz. E é verdade. Aliás, todos os bichos da minha casa são felizes porque aqui existe uma coisa que faz todo mundo ficar à vontade. Aqui tem liberdade, tem cumplicidade, tem companheirismo.
Lucas, meu filho, faz palhaçadas para eu rir, ou diz alguma coisa séria, que também me faz rir, porque temos o mesmo humor sarcástico. Somos almas companheiras, certamente.
Você consegue imaginar seu mundo sem alguém pra dividir um conselho, um desabafo, uma piada? A piada é metáfora, porque não acho graça nenhuma!
E meus amigos valem muito, muito, muito mais do que os de qualquer pessoa. Porque eles conseguem conviver com a minha ranzinzisse, minha leve antipatia e acidez desconcertantes.
Se eu pudesse ser outra pessoa seria o Nelson Rodrigues. Era inteligente, quase visionário, um homem à frente do seu tempo. E era chato. Chato porque espremia a verdade na cara alheia, mas era uma pessoa carinhosa, quase doce, cercada de amigos. É. Eu queria ser Nelson Rodrigues. (Cassia Miranda)

3 Comentários:

sandra disse...

Adorei!!! Além de um texto inteligente e intrigante (tua caraaaa) teu blog tá lindoooooooooooooooo.
Bjo
Sandrinha

Daniel Souza disse...

É exatamente isso que acontece entre os amigos! Me localizei em várias entrelinhas aí...rsrsrsr É aquela coisa, Tita: Cada um é cada um, mas o que liga um ao outro é o que vc pontuou em seu texto - cumplicidade, liberdade de poder expressar o que sente e o que se passa. Adoro seu jeito de ser, e, acredite, aprendi muitas coisas com vc, isso é fato! E nada, nada, poderá apagar isso, jamais! Até porque nos encontramos nessa vida, o que também me vale muito! AmoooOOO!!!

Preciso te verrrrrrrrrrrrrrrrr!!! sacooOOO..kkkkkkk

Bjus ;)

Anônimo disse...

Minha Jornalista Favorita, que texto bonito! Bonito e real, pois você define a sua relação com seus amigos do jeito que é mesmo. Eu a conheço muito bem... por isso não vejo a necessidade de VOCÊ aspirar à condição de poder ser um Nelson Rodrigues. Você é maior e melhor que ele: com ele, eu não teria a menor aproximação a não ser a intelectual.Depois... o que falta em você? Você é uma mulher à frente do seu tempo. É chata porque espreme a verdade na cara alheia... mas também é uma pessoa carinhosa, doce, cercada de amigos e parentes que a AMAM MUITO. Eu prefiro a Cassia Miranda, mesmo admirando a biografia do NR. Beijos